segunda-feira, maio 21, 2007

Tipos de Máscaras



Máscaras Larvárias

São rostos inacabados, formas simplificadas da figura humana, que remetem ao primeiro estado dos insectos. Fazem parte do grupo de Máscaras inteiras e silenciosas, que não permitem a voz mas exprimem a essência da palavra falada através das acções. Têm um jogo largo, normalmente orientado pelo nariz.

Máscara Neutra

A Neutra é uma Máscara de fisionomia simples e simétrica, sem conflitos, que propõe ao actor ampliar todos os seus sentidos. Através do silêncio ela se relaciona com todo o universo presente. A Máscara Neutra não é um personagem, é um estado que se apoia na calma e na percepção, fontes de vida para todas as outras Máscaras. Através dela o actor entende o que é um corpo decidido, presente, vivo dentro de um estado de representação, fora das convenções.

Máscaras Expressivas

São Máscaras de feições mais elaboradas, com definições de carácter, que traduzem estados de ânimo. Pertencem à categoria das Máscaras silenciosas, onde a palavra, por sua vez, está oculta na acção física do personagem. Seu jogo é minucioso e objectivo, podendo ser enriquecido com a presença da contra- máscara, direcção inversa ao caráter principal da Máscara

Meias - Máscaras

São Máscaras falantes que cobrem somente a parte superior do rosto. Geralmente representam "tipos-fixos" , podendo condensar nelas vários personagens. Seu jogo propõe ao actor encontrar um corpo e uma voz que se ajustem ao propósito do personagem e da situação, levando o texto para além do quotidiano.

Máscara Abstracta

São máscaras inteiras de formas geométricas, sem menção animal ou humana, que propõe ao actor um jogo acrobático e abstrato criado a partir das linhas de força da máscara, relacionando-se com o espaço.

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A Máscara e o Teatro III

Cobrir para descobrir

O uso da máscara provém do carácter sagrado das origens do teatro. Ao revestir-se de elementos não habituais (a máscara, a maquilhagem), o homem esconde o seu aspecto externo conhecido e nos mostra outros aspectos ocultos no seu interior (uma presença sobre-humana, universal).

O passo seguinte é que a máscara seja o elemento que transforme o actor em personagem. Com a máscara desaparecem as características do actor e se deixam ver só os do personagem. Ao cobrir o actor, se descobre o personagem (um tipo de personagem). Com a teatralização (percepção da cena como lugar lúdico e artificial) e a promoção da expressão corporal, o teatro ocidental contemporâneo recupera o uso da máscara.

Funções da Máscara



A. Disfarça
Liberta as identidades e as proibições.



B. Neutralização da mímica
Ao ocultar a expressividade do rosto, força o domínio da gestualidade.



C. Não-ilusão e distanciação
Introduz um corpo estranho na identificação do espectador com o actor.



D. Estilização e amplificação
Deforma a fisionomia humana transformando-a em caricatura ou estilizando-a.

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A Máscara e o Teatro II

O Enigma das Máscaras

O uso da máscara como elemento cénico surgiu no teatro grego, por volta do século V a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois principais géneros da época: a tragédia e a comédia.



No Japão do século XIV, nasceu o teatro Nô, que também utilizou a máscara como parte da indumentária. Um dos objectivos era não revelar para a plateia as características individuais dos actores. Como as mulheres eram proibidas de actuar, as máscaras femininas eram usadas pelos homens, assim como as infantis.




Actualmente, em pleno século XXI, as máscaras ainda são objecto de estudo e trabalho de diversas companhias teatrais em todo o mundo.

Para a máscara ganhar vida, é necessário que o actor se desfaça de sua máscara quotidiana. Diferente da máscara quotidiana que busca ocultar e proteger, a máscara teatral revela a essência da persona representada, imprimindo uma identidade especial e genuína. Ao representar com uma máscara, o actor forçosamente entende como elevar o personagem para uma dimensão teatral, para além do quotidiano. Ele compreende o que é um verdadeiro personagem de teatro, inventado da vida e não um personagem da vida. Assim, quando a Máscara Teatral está viva em cena ela é, em si, o próprio Teatro, pois os princípios básicos que regem sua vida são os alicerces fundamentais da arte teatral. Ela é um arquétipo que propõe ao actor a criação de um estado, com qualidade de energia específica, representando uma natureza que está além do convencional.

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A Máscara e o Teatro I


A Máscara Teatral não é um simples objecto artístico para cobrir o rosto, substituindo o trabalho de actor. Diferentemente de um quadro ou uma escultura, a Máscara não pode "viver" sozinha...

A Máscara, sem sombra de dúvidas, é o mais representativo elemento de toda história do teatro e em todas as culturas são encontradas Máscaras como elementos de comunicação capazes de transmitir a essência da vida de seu povo.

Para a realização de uma Máscara Teatral não basta o mascareiro ter um conhecimento técnico dos materiais utilizados na sua confecção. É importante concebê-la enquanto um elemento que detém características próprias necessárias para sua funcionalidade cénica, considerando a sua relação com o espaço físico onde será utilizada, contexto na qual está inserida, época e todas as suas particularidades de estilo de linguagem.

A fisionomia é um afloramento de linhas de forças que produzem o seu sentido de vida. Cada traço, relevo - todo seu feitio - definem características relacionadas a um peso, uma idade, um ritmo, um comportamento. Sugerem um estilo de jogo com qualidade de energia específica. Propõem um estado de representação - apenas sendo possível vivê-lo diante de um pleno comprometimento físico do actor, imerso num processo dinâmico inerente à Máscara.

Por isso tudo é importante o actor conhecê-la em todos os seus detalhes, desenvolvendo uma verdadeira amizade, relacionando-se com todos seus sentidos.A linguagem da Máscara é feita de luz e sombra, de sons fortes e suaves, de silêncio, de movimentos e pausas, harmoniosamente contrapostos.

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quinta-feira, maio 17, 2007

Iluminação: Tipos de luz



Luz frontal «full»: A angulação clássica é 45º, pois não encandeia os olhos do actor, ilumina-o bem e a sua sombra quase que corresponde ao tamanho dele projectado no chão.

Luz frontal lateral: os projectores estão colocados lateralmente, mas de forma frontal. Neste caso, temos um projector, do lado direito (do ponto de vista do público.




Luz cruzada: promovendo o cruzamento das luzes, automaticamente reduz-se muito as sombras. Afinando com vários projectores de forma cruzada, uma sombra anula a outra, permitindo assim um outro tipo de tratamento.



Contra luz: luz que banha os actores por trás. Hoje em dia usa-se muito a contra luz para criar e projectar sombras, originando em muitos casos efeitos bem interessantes. Esta luz pode ser afinada de uma forma directa ou cruzada.



Luz de lateral: inicialmente era muito utilizada em espectáculos de dança, pois serve para delinear a forma do corpo dos bailarinos(as), mas hoje em dia está a ser usada muito também em teatro.

Luz de lateral dupla: aqui o realce do corpo é dado pelos dois lados, em simultâneo, criando uma boa definição corporal.



Luz picada: é uma luz pontual, colocada, numa localização que corresponde à posição exacta do actor em cena. É um efeito que salienta um certo carácter «fantasmagórico» e dramático à cena.



Luz da ribalta: é usada em frente do palco para suprimir sombras que possam existir na face dos actores, sendo também muito utilizada para marcar o espaço até onde o actor pode ir.



Luz «total»: quando o actor é iluminado, simultaneamente, por projectores colocados atrás, á frente e nas duas laterais. É a forma de iluminação mais utilizada, para a luz geral, por exemplo. Dá profundidade visual à cena e suprime as sombras projectas no palco.

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