terça-feira, janeiro 02, 2007

Glossário Teatral: letra C



CABO DE VARANDA – Aquele que coordena os movimentos de varanda. Actualmente essa coordenação é feita a partir da régie.

CACHET – Palavra francesa que significa literalmente “salário de artista”.

CAIMENTO – Ângulo de inclinação do chão do palco ou da plateia.

CAIXA DO PALCO – Parte do teatro, para trás da boca de cena, compreendendo a teia, o urdimento, as varandas, o palco e o sub-palco.

CAIXA DO PONTO – Espécie de caixa ou cúpula, no centro do chão do proscénio onde o ponto exerce a sua função. Também tem o nome de cúpula do ponto. Nos palcos onde a caixa do ponto não existe, o ponto trabalha entre bastidores.

CAMARIM – Sala que serve de vestiário e onde se preparam e maquilham os actores para irem para cena. Poderá ser improvisado um camarim em bastidores para mudanças rápidas que é chamado camarim de palco.

CANEVAS - Resumo ou “cenário” de uma peça para as improvisações de actores, em particular os da Comedia dell’arte.

CARÁCTER - Traço próprio a uma pessoa que a permite distinguir dos outros. Conjunto de traços físicos, psicológicos e morais de um personagem. Pessoa ou personagem considerada na sua individualidade, originalidade, nas suas qualidades morais. Os caracteres constituem, segundo Ariosto, um dos seis elementos da tragédia, com o canto, elocução(estilo do discurso), a fábula, o pensamento e o espectáculo.

CARDA – Tacha.

CARNAVALISAÇÃO - Transformação espectacular de um evento por um reverso total de situações habituais, do sério para o cómico.

CASTIGO – Erguer um pano ou um telão não só pela vara por onde está suspenso, mas também pela do fundo, com seis cordas, obrigando-o a dobrar ao meio.

CATASTROFE - Da tragédia grega, última das quatro partes da obra, onde o herói recebe a sua punição, geralmente funesta.

CATHARSIS - Efeito de purgação das paixões produzido sobre os espectadores numa representação dramática não distanciada.

CANTO - Do teatro grego, termo para designar o texto poético de coro. No teatro de Brecht aplicava-se também o canto embora com intenção parcialmente diferente.

CENA – São múltiplos os significados desta palavra. Uma é o palco. Estar em cena é estar a representar ou a ensaiar dentro da área de representação. Cena pintada ou construída, é o cenário. Dar e tomar cena é deixar lugar ou ocupar o espaço livre do palco durante a representação. Uma cena é o momento de acção em que “estão em cena” os mesmos actores.

CENÁRIO – Conjunto de elementos que decoram e delimitam o espaço cénico.

CENOGRAFIA – Arte da organização do espaço teatral. Conjunto de elementos (tela pintadas, praticáveis, mobiliário...) que determinam este espaço.

CENÓGRAFO – Aquele que cria, projecta e supervisiona a realização e montagem de todos os espaços necessários à cena, incluindo a programação cronológica dos cenários; determina os materiais necessários; dirige a preparação, a montagem e a desmontagem das diversas unidades do cenário.

CENTRO – Diz-se da parte do palco equidistante das laterais.

CHASSIS – Armação onde se encaixam os filtros de cor dos projectores.

CICLORAMA – Fundo fixo em forma de “U” aberto e que é colocado ao fundo do palco, geralmente de cor neutra (branco, azul-celeste ou cinzento claro).

COMÉDIA - Acção cénica que provoca o riso pela situação das personagens ou pela utilização de trejeitos e dos caracteres, cujo desfecho é feliz.

COMÉDIA MUSICAL- Comédia ou intriga, pouco restrita, que serve de pretexto a uma série de canções e de danças. Um bom exemplo é a comédia musical “Hair” composta em 1967.

COMÉDIA DELL’ARTE - Género de comédia na qual, o “scenário” ou “canevas” servia apenas de regra para a improvisação dos actores. Este género existiu entre os séculos XVI a XVIII ,iniciou-se em Veneza ,em Itália e estendeu-se por toda a Europa.

COMPARSA – Diz-se do actor que desempenha papéis de pouca importância, geralmente sem falas. Actualmente usa-se mais o termo figurante.

COMPRIDA – A corda que suspende da teia cada vara, pela sua ponta mais distante da varanda. A corda que suspende da teia cada vara, pela sua parte mais próxima da varanda chama-se curta.

CONOTAÇÃO - Conjunto de valores subjectivos variáveis de uma palavra.

CONSOLA - Aparelho de controle das luzes e do som

CONTEXTO - Conjunto de circunstâncias que rodeiam a emissão do texto linguístico e/ ou da sua representação, circunstâncias que facilitam ou permitem a sua compreensão.

CONTRAPONTO - Série de linhas temáticas ou de intrigas paralelas que se correspondem num princípio de contraste.

CONTRA-REGRA – Aquele que executa as tarefas de colocação dos objectos de cena e decoração; zela pela sua manutenção, solicitando às equipas técnicas as reparações necessárias; dá os sinais para início e continuação do espectáculo; é encarregado de dar sinais às diversas equipas técnicas para a prevenção e execução de efeitos (luz, som, mecânica de cena, manobras de varanda, entre outros). Também é conhecido pelo termo francês régisseur.

CONVENÇÃO TEATRAL - Conjunto de pressupostos ideológicos e estéticos, explícitos ou não, que permitem ao publico receber correctamente a peça; por exemplo: a Quarta parede do palco, os apartes dos actores , o uso de um coro, o uso de objectos com outras funções; o próprio palco como espaço de ficção.

COREOGRAFIA - termo, vindo do teatro grego que designava a arte de dirigir os coros, utilizada depois no começo do século XVIII , para designar a arte de compor as danças e de regular as figuras e os passos. Hoje em dia utiliza-se este termo para designar a encenação do teatro gestual e mesmo do ballet.

CORIFEU - Chefe do coro, no teatro grego.

CORO - Grupo ou grupos alternados- encarregados de intervir colectivamente, por meio do canto, da dança e o recitativo, dentro do “quadro” de um ritual ou de um espectáculo. No teatro grego, a intervenção dos coreutas, dirigido por um corifeu, dá-se o nome de “Choreia”.

CORTINA DE FERRO – Cortina de metal que separa o palco da plateia em caso de incêndio. Também se chama pano de ferro.

COSER – Ensarilhar.

COXIAS – Partes do palco, aos lados e fundo de cena, ocultas à visão do público.

CRUZAR – Mudança de posição que obriga a passar inferior ou superior a outra figura.

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