segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Aspectos gerais da Escrita Dramática

Objectivo

É necessário definir qual a história que se pretende contar, e manter esse objectivo sempre presente, durante toda a escrita. Não esquecer de colocar as questões: O quê?, Quem?, Onde? e Quando (se necessário). A história deve ser revelada em pequenas doses. “A tensão dramática exige que o público deseje descobrir o que está por vir. Quanto maior o desejo,tanto maior – e mais activo – o envolvimento do público. Os dramaturgos empregam muitas técnicas de antecipações – para aumentar a curiosidade pelo que está por vir.”

Género

Teatro é essencialmente diálogo. Portanto deve ser o mais rico possível, sem ser, contudo, muito directo (para manter a tal curiosidade). O género narrativo só é utilizado se for um personagem a contar algo ou o narrador que relata alguma parte da história. O descritivo também só é usado nas didascálias, para as informações essenciais à peça.

As Fases de um Texto Dramático

1. Ambiente ou êxtase: é o momento inicial do espectáculo em que há uma situação de equilíbrio. A peça pode começar com o acidente ou com o conflito, e com o seu desenrolar irmos conhecendo a êxtase.

Exemplo prático: “A” está no quarto a ouvir música e a apreciar a sua colecção de CD’s.

2. Acidente ou quebra do êxtase: acontecimento ou acção que provoca a quebra do equilíbrio.

Exemplo prático: Aproveitando uma distracção de “A”, “B” entra e rouba-lhe a colecção de CD’s.

3. Conflito: aquilo que resulta da quebra do êxtase, e que desencadeia uma série de acções. É quando a vontade do personagem é contrariado por algo ou alguém.

Exemplo prático: “B” consegue roubar os CD’s e é perseguido pela polícia e será levado a tribunal.

Depois do desencadeamento do conflito temos uma sequência de acções, que conduzem ao climax, até ao reestabelecimento de um novo equilíbrio.



Fonte: «Para Trás e para Frente: um Guia para Leitura de Peças Teatrais», de David D. Ball

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