terça-feira, dezembro 12, 2006

O Nascimento do Teatro



A história do teatro confunde-se com a história da humanidade. A arte de representar advém das situações vividas pelo ser humano que, por culto, religiosidade, louvor, prestígio, entretenimento, registro, ou simplesmente pela pura expressão artística expressa os seus sentimentos num mundo da fantasia muito parecido com um mundo real. O mundo evolui e a arte de representar acompanha essa evolução.

Passam os séculos e os homens ali estão vivendo, sobrevivendo e exortando, através da arte, a sua relação interpessoal, o seu passado e o seu futuro, os seus medos e os seus ideais, as suas vontades e desejos. O teatro data desde o séc. VI a.C., mas, analisando melhor, há a possibilidade de o homem constituir um vínculo com essa arte bem antes do surgimento do teatro como cerimónia grega.

Assim como o macaco provoca confusões, bate palmas, mostra os dentes, o homem pré-histórico já utilizava a arte de representar, em favor dos seus deuses misteriosos, nos rituais de antropofagia, nas danças para o fogo ou para a chuva, na simples demonstração do que o macho supremo deve fazer, impondo respeito diante dos outros machos, alongando o peito e dando gritos de ordem.

Ou seja, a representação de um personagem, a imitação de outro ser, como diz Aristóteles, “é uma prerrogativa do próprio homem”. O tempo é essencial para o amadurecimento das ideias dos homens. A contribuição de génios possibilita que o homem embarque nas filosofias, num processo de criação que não pára. E assim, surge a história cronológica do teatro, que apresenta personalidades importantes para o crescimento dos conceitos e das filosofias humanas. Homens iluminados que se completam, que juntos fazem a história acontecer de forma fácil, veloz, onde e quando querem, mesmo com todas as barreiras impostas pelos homens estagnados e mesmo com todo o atraso da ciência e da tecnologia humana.

O teatrólogo vê a vida, conhece o ser humano, exorta o seu brilhantismo calcado na observação, no comportamento de sua gente e isso é o que faz a diferença. Ver o mundo é fácil, mas há de se ter olhos para isso! Olha quantas riquezas ao redor, e mesmo assim, as pessoas não vêem, ou não querem ver, pois estão presas dentro de uma casca grossa que só os permite ver dificuldades. Enquanto isso, o tempo corre, o mundo fica sujeito a mudanças e elas ocorrem graças aos filósofos, aos artistas, aos sábios, que têm a função de, na sociedade captar o inefável e o incomensurável para transmitir ao seu público, onde nenhuma pergunta fica sem resposta e onde os maiores anseios do homem são atendidos.

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